Muitas vezes você pode ouvir a palavra "egoísmo" em um contexto extremamente negativo. Os egoístas repreendem as pessoas que atropelam os interesses dos outros, levados apenas por seus próprios objetivos. No entanto, em um contexto psicológico, esse termo muitas vezes assume uma conotação positiva, e o pensamento mundial conhecia o conceito de “egoísmo razoável”. Explorar a história do conceito ajudará você a descobri-lo.
Como conceito filosófico, a palavra egoísta (do latim ego - "eu") foi formada no século XVIII. Um de seus teóricos - Helvetius - formulou a chamada teoria do "amor-próprio razoável". O pensador francês acreditava que o amor-próprio é o motivo fundamental da ação humana.
A definição clássica de egoísmo diz que é um sistema de valores em que o único motivo da atividade humana é o bem-estar pessoal. Isso nem sempre significa negligência total com os outros. Assim, Bentham argumentou que o maior prazer é a vida de acordo com as normas morais da sociedade (ou seja, o comportamento de um egoísta não contradiz o bem de toda a sociedade). E Rousseau descobriu que as pessoas mostram compaixão e ajudam os outros, inclusive para se sentirem superiores. Mill escreveu que, no decorrer do desenvolvimento, o indivíduo torna-se tão firmemente conectado à sociedade que começa a associá-la às suas próprias necessidades. Com base em ideias semelhantes de Feuerbach, Chernyshevsky escreveu seu "Princípio antropológico da filosofia", artisticamente ilustrado no romance "O que fazer?"
Tradicionalmente, o egoísmo tem se oposto ao altruísmo (do latim alter - "outro"), mas a psicologia moderna evita essa oposição. Enquanto uma pessoa vive em sociedade, suas necessidades se cruzam constantemente com os interesses de outras pessoas. Os teóricos dos últimos anos interpretaram o egoísmo racional como a capacidade de medir os benefícios de certas ações em relação aos inconvenientes e construir relacionamentos de longo prazo, mantendo um equilíbrio entre o cuidado de si e dos outros.
Falando sobre o egoísmo como um problema, eles na maioria das vezes implicam uma hiperconcentração no “eu” de alguém, o egocentrismo. Isso geralmente se torna o resultado da educação, quando os pais excessiva e irracionalmente satisfazem todos os caprichos da criança. Crescendo e deixando o pequeno mundo do ninho familiar, o egoísta se depara com o fato de que o mundo não gira em torno dele. Na maioria das vezes, nas relações pessoais, essas pessoas se esforçam para encontrar um parceiro que reproduza um modelo que seja confortável para ela: comprometer constantemente seus próprios interesses para satisfazer seus desejos. Como conselho aos pais, os psicólogos recomendam que eles próprios sejam guiados por um egoísmo razoável: aprendam a recusar a criança, leve em consideração sua opinião, mas não a coloque no topo da hierarquia familiar.